Em uma série de vídeos disponibilizada na internet no domingo (14), o candidato à prefeitura do município de Paranaguá, no litoral do estado, Mário Roque (PMDB), faz duras críticas ao governo de seu aliado Roberto Requião (PMDB). Além de chamar o irmão do governador de "porco", "canalha", "cachorro", "safado" e "sem-vergonha", acusa o governador de "fingir-se de morto" para as supostas irregularidades de Eduardo Requião.
A gravação foi feita para ser exibida exclusivamente para o governador, mas acabou parando no site de compartilhamento de vídeos YouTube. O filme foi dividido em três partes, que podem ser conferidas aqui, aqui e aqui.
O primeiro trecho das gravações começa com um programa eleitoral de Roque, no qual ele rebate acusações no adversário, o candidato a reeleição, José Baka Filho (PDT), de que a intervenção no município teria acontecido por motivações eleitorais. Segundo Roque, Baka estaria se fazendo de vítima. Ele diz que a determinação da intervenção no município de Paranaguá foi do Poder Judiciário, e que o governo do estado apenas cumpriu a decisão. Roque se utiliza de trechos do parecer da Justiça para justificar-se.
“Passados mais de cinco anos da inauguração deste procedimento, apesar de amplamente facultada a elisão da causa interventiva por parte do requerido, de maneira amistosa, este quedou-se inerte”, diz o texto, reproduzido em fac-símile no programa. “É claro e evidente que há muito tempo o prefeito tinha conhecimento desse precatório e que deveria ser quitado”, afirma Roque. “[O texto] diz ‘quedou-se inerte’, ou seja, fingiu-se de morto”.
Após o fim do programa eleitoral, o vídeo exibe uma gravação na qual Roque fala diretamente ao governador do estado. Ele reclama, principalmente, de Eduardo Requião, ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e nomeado secretário estadual dos transportes. “Estou gravando dia 13, mas quero deixar bem claro que eu já devia ter tomado essa opinião a partir do dia em que seu irmão, esse safado do Eduardo, foi ao maior restaurante de Paranaguá, no Sesc, e, sem mais nem menos, sem haver atrito algum, chamou todos os [funcionários de] cargos comissionados, e disse que eu era um traíra, um safado, um sem-vergonha, que eu não merecia o apoio do governo e que ninguém pusesse meu adesivo”, diz Roque no vídeo.
Roque então passa a acusar Requião de inércia, em referência ao termo utilizado na decisão que pediu a intervenção de Paranaguá. “Fiz o senhor saber do que acontecia aqui, e Vossa Excelência quedou-se inerte, se fez de morto, não tomou atitude nenhuma. E sempre fingindo me ajudar, vindo inclusive a um comício, dizendo que eu era seu amigo. Não pedi apoio de ninguém.”
"Eu ganhei a eleição para vocês"
A partir daí, o candidato lembra episódios anteriores. Afirma que foi o responsável pela eleição de Requião como governador do Paraná em 2006 graças à grande quantidade de votos que teria conseguido em Paranaguá no segundo turno. “O senhor só é governador e seu irmão safado só é superintendente porque eu ganhei esta eleição para vocês”, garante. “Eu estava cansado porque vinha de uma campanha para deputado, pelo PSB, e o senhor insistiu tanto que eu resolvi ajudar”. “Depois me pediram para vir para o PMDB, porque era uma força no litoral. Me deram a presidência do PMDB, sem eu pedir”.
A principal crítica de Roque é sobre o que ele considera o corte de empregos de trabalhadores portuários por Eduardo Requião. “Tem 80 amarradores de navio que o seu irmão mandou embora. Tirou o trabalho da turma do bloco, da limpeza, dos coitados que ganham 100, 110 reais por semana. Tirou os taxistas da frente do porto, que levam os marujos para a cidade, para sacaneá-los. Não paga os arrumadores que têm verba para receber”, acusa.
Sempre falando para o governador, Roque afirma que pediu uma reunião com Requião para conversar com representantes dos trabalhadores, que foi rejeitada. “Quedou-se inerte até agora. Me cozinhando em fogo brando. Maltratando operadores portuários”, diz.
"Vou tirar seu irmão"
O candidato do PMDB à prefeitura de Paranaguá, sem controlar o vocabulário, afirma que vai fazer de tudo para retirar Eduardo Requião do governo. “Estou mandando um recado: este cachorrão do seu irmão vai embora”, diz. “Ou eu vou ser o Davi sozinho e tirar seu irmão ou vou me juntar com a comunidade parnanguara para tirá-lo. Faço de tudo. Isso é a prova do que vou fazer, com dignidade e respeito. Não é admissível que eu seja daqui, líder sindical, vereador, presidente da Câmara, prefeito por duas oportunidades, deputado, e o senhor ainda me meteu no seu escalão como secretário, e passar como traíra, safado e sem-vergonha”.
Mario Roque também fez referências ao nepotismo no governo do estado. “Safados são vocês, que lutam para ter todo o poderio, como fizeram com o Maurício, como estão fazendo com esse safado desse Eduardo, como está fazendo com essa senhora digna e educada que merece todo o respeito meu, a senhora dona Maristela, para mantê-la lá. Isso é uma vergonha, governador. O senhor vai me respeitar, vai respeitar os parnanguaras”, adverte. “Não quero mais ajuda fingida. O senhor tem que ter vergonha de ser governador”.
No entanto, o alvo principal é Eduardo Requião. “Tira ele da secretaria de transportes para não ter mais comunicação com Paranaguá. Esse não merece nada, é um porco, um canalha, não vale nada, não respeita ninguém. Não respeitou nem o irmão quando foi candidato a prefeito de Curitiba. Veja a índole desse safado. Esse era para ser tirado da família, tirar o nome Requião dele. 'Eduardo Fajuto da Costa' – isso é o que ele deveria ser.”
Roque considera ainda uma humilhação a Paranaguá e ao governo do estado o fato de Baka ter encontrado o procurador do estado Marco Antônio Lima Berberi e assinado um documento em que se dizia ciente da intervenção em uma lanchonete na Vila Guarani, “um bairro de periferia da cidade”. “É uma vergonha”, finaliza. O terceiro trecho do vídeo termina com uma reportagem exibida no telejornal Serra do Mar, no qual Baka diz que encontrou o interventor durante campanha na Vila Guarani.
Roque reafirma tudo o que foi para a internet
Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo Online, Roque disse que não sabe quem foi o responsável pela publicação dos vídeos. “Eu gravei no sábado (13) e entreguei à tarde a um segurança da Fazenda Cangüiri para que o governador visse”, conta. “Alguém do estúdio é que meteu a mão na fita e colocou na internet”.
Roque, no entanto, não faz questão de que o material seja retirado do ar. “Não fui a favor, mas reafirmo tudo o que está dito”, diz. “Tudo o que está ali é verdade”.
Fonte: Gazeta do Povo
A gravação foi feita para ser exibida exclusivamente para o governador, mas acabou parando no site de compartilhamento de vídeos YouTube. O filme foi dividido em três partes, que podem ser conferidas aqui, aqui e aqui.
O primeiro trecho das gravações começa com um programa eleitoral de Roque, no qual ele rebate acusações no adversário, o candidato a reeleição, José Baka Filho (PDT), de que a intervenção no município teria acontecido por motivações eleitorais. Segundo Roque, Baka estaria se fazendo de vítima. Ele diz que a determinação da intervenção no município de Paranaguá foi do Poder Judiciário, e que o governo do estado apenas cumpriu a decisão. Roque se utiliza de trechos do parecer da Justiça para justificar-se.
“Passados mais de cinco anos da inauguração deste procedimento, apesar de amplamente facultada a elisão da causa interventiva por parte do requerido, de maneira amistosa, este quedou-se inerte”, diz o texto, reproduzido em fac-símile no programa. “É claro e evidente que há muito tempo o prefeito tinha conhecimento desse precatório e que deveria ser quitado”, afirma Roque. “[O texto] diz ‘quedou-se inerte’, ou seja, fingiu-se de morto”.
Após o fim do programa eleitoral, o vídeo exibe uma gravação na qual Roque fala diretamente ao governador do estado. Ele reclama, principalmente, de Eduardo Requião, ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e nomeado secretário estadual dos transportes. “Estou gravando dia 13, mas quero deixar bem claro que eu já devia ter tomado essa opinião a partir do dia em que seu irmão, esse safado do Eduardo, foi ao maior restaurante de Paranaguá, no Sesc, e, sem mais nem menos, sem haver atrito algum, chamou todos os [funcionários de] cargos comissionados, e disse que eu era um traíra, um safado, um sem-vergonha, que eu não merecia o apoio do governo e que ninguém pusesse meu adesivo”, diz Roque no vídeo.
Roque então passa a acusar Requião de inércia, em referência ao termo utilizado na decisão que pediu a intervenção de Paranaguá. “Fiz o senhor saber do que acontecia aqui, e Vossa Excelência quedou-se inerte, se fez de morto, não tomou atitude nenhuma. E sempre fingindo me ajudar, vindo inclusive a um comício, dizendo que eu era seu amigo. Não pedi apoio de ninguém.”
"Eu ganhei a eleição para vocês"
A partir daí, o candidato lembra episódios anteriores. Afirma que foi o responsável pela eleição de Requião como governador do Paraná em 2006 graças à grande quantidade de votos que teria conseguido em Paranaguá no segundo turno. “O senhor só é governador e seu irmão safado só é superintendente porque eu ganhei esta eleição para vocês”, garante. “Eu estava cansado porque vinha de uma campanha para deputado, pelo PSB, e o senhor insistiu tanto que eu resolvi ajudar”. “Depois me pediram para vir para o PMDB, porque era uma força no litoral. Me deram a presidência do PMDB, sem eu pedir”.
A principal crítica de Roque é sobre o que ele considera o corte de empregos de trabalhadores portuários por Eduardo Requião. “Tem 80 amarradores de navio que o seu irmão mandou embora. Tirou o trabalho da turma do bloco, da limpeza, dos coitados que ganham 100, 110 reais por semana. Tirou os taxistas da frente do porto, que levam os marujos para a cidade, para sacaneá-los. Não paga os arrumadores que têm verba para receber”, acusa.
Sempre falando para o governador, Roque afirma que pediu uma reunião com Requião para conversar com representantes dos trabalhadores, que foi rejeitada. “Quedou-se inerte até agora. Me cozinhando em fogo brando. Maltratando operadores portuários”, diz.
"Vou tirar seu irmão"
O candidato do PMDB à prefeitura de Paranaguá, sem controlar o vocabulário, afirma que vai fazer de tudo para retirar Eduardo Requião do governo. “Estou mandando um recado: este cachorrão do seu irmão vai embora”, diz. “Ou eu vou ser o Davi sozinho e tirar seu irmão ou vou me juntar com a comunidade parnanguara para tirá-lo. Faço de tudo. Isso é a prova do que vou fazer, com dignidade e respeito. Não é admissível que eu seja daqui, líder sindical, vereador, presidente da Câmara, prefeito por duas oportunidades, deputado, e o senhor ainda me meteu no seu escalão como secretário, e passar como traíra, safado e sem-vergonha”.
Mario Roque também fez referências ao nepotismo no governo do estado. “Safados são vocês, que lutam para ter todo o poderio, como fizeram com o Maurício, como estão fazendo com esse safado desse Eduardo, como está fazendo com essa senhora digna e educada que merece todo o respeito meu, a senhora dona Maristela, para mantê-la lá. Isso é uma vergonha, governador. O senhor vai me respeitar, vai respeitar os parnanguaras”, adverte. “Não quero mais ajuda fingida. O senhor tem que ter vergonha de ser governador”.
No entanto, o alvo principal é Eduardo Requião. “Tira ele da secretaria de transportes para não ter mais comunicação com Paranaguá. Esse não merece nada, é um porco, um canalha, não vale nada, não respeita ninguém. Não respeitou nem o irmão quando foi candidato a prefeito de Curitiba. Veja a índole desse safado. Esse era para ser tirado da família, tirar o nome Requião dele. 'Eduardo Fajuto da Costa' – isso é o que ele deveria ser.”
Roque considera ainda uma humilhação a Paranaguá e ao governo do estado o fato de Baka ter encontrado o procurador do estado Marco Antônio Lima Berberi e assinado um documento em que se dizia ciente da intervenção em uma lanchonete na Vila Guarani, “um bairro de periferia da cidade”. “É uma vergonha”, finaliza. O terceiro trecho do vídeo termina com uma reportagem exibida no telejornal Serra do Mar, no qual Baka diz que encontrou o interventor durante campanha na Vila Guarani.
Roque reafirma tudo o que foi para a internet
Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo Online, Roque disse que não sabe quem foi o responsável pela publicação dos vídeos. “Eu gravei no sábado (13) e entreguei à tarde a um segurança da Fazenda Cangüiri para que o governador visse”, conta. “Alguém do estúdio é que meteu a mão na fita e colocou na internet”.
Roque, no entanto, não faz questão de que o material seja retirado do ar. “Não fui a favor, mas reafirmo tudo o que está dito”, diz. “Tudo o que está ali é verdade”.
Fonte: Gazeta do Povo
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