Um dos grandes problemas nos processos de adoção brasileiros sempre foi o fato de que as crianças maiores de 10 anos são renegadas, acabam permanecendo nos abrigos sem perspectivas de vida. Isto porque 80% dos casais que procuram uma criança para adotar em Curitiba preferem bebês ou crianças com no máximo dois anos de idade, segundo dados da Vara de Adoção. Porém, para alegria dessas crianças, essa realidade vem mudando.
Segundo os mesmos dados, de uma média de 40 casais que procuram a Justiça para tentar adotar na capital, cerca de 20% deles já estão querendo crianças com mais de dez anos, o que demonstra o início de uma mudança cultural da sociedade e, acima de tudo, um alívio para quem passou muito tempo em um abrigo, sem saber do seu destino.
O juiz da Vara de Infância de Curitiba, Fabian Schweitzer, faz um alerta: “As pessoas que querem adotar têm que se conscientizar de que vão começar a faltar bebês, pois os juízes só vão poder disponibilizá-los para quem realmente estiver impossibilitado de gerar”, afirma. Para se ter uma idéia, há cerca de cinco anos a Vara de Adoção recebia cerca de 80 bebês, mensalmente. Hoje o número não chega a 20. A quantidade de casais é o dobro.
Para Schweitzer, essa diminuição se deu principalmente pelo fato de que as mães têm mais oportunidade de desenvolverem a gestação com saúde, sem riscos e, com isso, ficam mais confiantes e não entregam o filho. “Hoje temos muitas políticas públicas de atendimento às gestantes e a mortalidade infantil vem diminuindo bastante. Com isso, essas mães se sentem mais protegidas e não abandonam tanto seus bebês”, analisa.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) realizou em abril deste ano a pesquisa Percepção da População Brasileira Sobre a Adoção. O estudo - que ouviu 1.562 pessoas em todo o País - apontou que a grande maioria dos entrevistados (32,1%) só adotaria bebês na faixa etária de zero a seis meses. Uma minoria (1,1%) afirmou que adotaria crianças maiores de 12 anos. O interessante é que 18% das pessoas disseram que não se importariam com a faixa etária, 2,7% adotariam crianças entre 9 e 12 anos, 3,4%, de 6 a 9 anos, 13,7% de 3 a 6 anos, e outros 28,2% adotariam na faixa etária de seis meses a 3 anos de idade.
O juiz de Florianópolis, em Santa Catarina, que coordenou a pesquisa, e também vice-presidente da AMB, Francisco Oliveira Neto, diz que é preciso desmistificar os processos de adoção, tirar a idéia das pessoas de que adotar é muito demorado, que os processos emperram por conta da burocracia. Para ele, o que é preciso é mudar a cultura de querer apenas bebês, de preferência do sexo feminino, brancos e de olhos claros.
“Claro que todos têm direito de escolher, não nego isso. Porém, nosso dever é alertar as pessoas da conseqüência dessas escolhas. Quanto mais se escolhe, mais vai demorar o processo”, analisou o juiz.
Fonte: Paraná-Online
Segundo os mesmos dados, de uma média de 40 casais que procuram a Justiça para tentar adotar na capital, cerca de 20% deles já estão querendo crianças com mais de dez anos, o que demonstra o início de uma mudança cultural da sociedade e, acima de tudo, um alívio para quem passou muito tempo em um abrigo, sem saber do seu destino.
O juiz da Vara de Infância de Curitiba, Fabian Schweitzer, faz um alerta: “As pessoas que querem adotar têm que se conscientizar de que vão começar a faltar bebês, pois os juízes só vão poder disponibilizá-los para quem realmente estiver impossibilitado de gerar”, afirma. Para se ter uma idéia, há cerca de cinco anos a Vara de Adoção recebia cerca de 80 bebês, mensalmente. Hoje o número não chega a 20. A quantidade de casais é o dobro.
Para Schweitzer, essa diminuição se deu principalmente pelo fato de que as mães têm mais oportunidade de desenvolverem a gestação com saúde, sem riscos e, com isso, ficam mais confiantes e não entregam o filho. “Hoje temos muitas políticas públicas de atendimento às gestantes e a mortalidade infantil vem diminuindo bastante. Com isso, essas mães se sentem mais protegidas e não abandonam tanto seus bebês”, analisa.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) realizou em abril deste ano a pesquisa Percepção da População Brasileira Sobre a Adoção. O estudo - que ouviu 1.562 pessoas em todo o País - apontou que a grande maioria dos entrevistados (32,1%) só adotaria bebês na faixa etária de zero a seis meses. Uma minoria (1,1%) afirmou que adotaria crianças maiores de 12 anos. O interessante é que 18% das pessoas disseram que não se importariam com a faixa etária, 2,7% adotariam crianças entre 9 e 12 anos, 3,4%, de 6 a 9 anos, 13,7% de 3 a 6 anos, e outros 28,2% adotariam na faixa etária de seis meses a 3 anos de idade.
O juiz de Florianópolis, em Santa Catarina, que coordenou a pesquisa, e também vice-presidente da AMB, Francisco Oliveira Neto, diz que é preciso desmistificar os processos de adoção, tirar a idéia das pessoas de que adotar é muito demorado, que os processos emperram por conta da burocracia. Para ele, o que é preciso é mudar a cultura de querer apenas bebês, de preferência do sexo feminino, brancos e de olhos claros.
“Claro que todos têm direito de escolher, não nego isso. Porém, nosso dever é alertar as pessoas da conseqüência dessas escolhas. Quanto mais se escolhe, mais vai demorar o processo”, analisou o juiz.
Fonte: Paraná-Online
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