As celas de custódia das delegacias da Polícia Federal (PF) no Paraná ou estão lotadas ou não têm condições de abrigar os presos que diariamente chegam às unidades. Em quatro (Paranaguá, Cascavel, Guarapuava e Guaíra) das oito cidades onde a PF atua, não há sequer carceragem para a custódia e os presos são encaminhados diretamente às delegacias da Polícia Civil.
Em Guaíra, onde a disputa por pontos de tráfico e contrabando provocou a maior chacina da história do Paraná, a carceragem está interditada e os presos são levados para a delegacia de polícia, onde mais de 200 detentos ocupam um espaço projetado para 50. “Aqui prendemos gente todos os dias. Como fazemos o policiamento em Mundo Novo (MS), encaminhamos custodiados para a Polícia Civil com muita regularidade”, diz o delegado-chefe da PF na cidade, Érico Saconato.
Na outra ponta do estado, em Paranaguá, oito pessoas que aguardam julgamento da Justiça Federal por tráfico de drogas e repasse de moeda estrangeira estão entre os 214 detentos da Subdivisão Policial de Paranaguá, cuja capacidade é para 27 presos. De acordo com o delegado-chefe da 1ª Subdivisão de Polícia Civil, Walmir Sócio, as transferência dos detidos pela PF são feitas com autorização da 1ª Vara Criminal da cidade. “O máximo que podemos fazer é solicitar a transferência dos presos federais para as delegacias federais de outros municípios”, lamenta.
Em Guarapuava, no Centro-Sul do estado, também não existe carceragem. Atualmente 11 presos à disposição da Justiça Federal estão detidos no 14º Distrito Policial (DP). As celas da delegacia têm capacidade para 136 detentos, mas abrigam 223.
A delegacia da PF em Cascavel, Região Oeste, também enfrenta problemas, apesar de ter sido inaugurada em junho de 2006, juntamente com a Penitenciária Federal de Catanduvas, considerado o primeiro presídio de segurança máxima do país.
Sem carceragem, os presos sob custódia são levados para as delegacias da Polícia Civil. “É um problema, pois perdemos muito tempo negociando com delegados e juízes para encontrar espaço para esses presos”, diz Algacir Mikalovski, delegado-chefe da PF no município. Segundo ele, o espaço da delegacia da PF não atende sequer ao volume de trabalho da delegacia. “Internamente, trabalhamos de forma improvisada”, revela o delegado. A prefeitura de Cascavel doou um terreno para abrigar uma nova sede para a delegacia, mas a obra só deve ficar pronta em 2010.
Fonte: Gazeta do Povo
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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