Pela primeira vez, Rosa Rufato Monarin, 68 anos, sente que parte da história que construiu nos últimos 20 anos pode deixar de existir em breve. Tudo depende da aprovação, no mês que vem, de uma das sete leis do Plano Diretor de Marialva, município a 20 quilômetros de Maringá. Se o parecer dos vereadores for favorável, Rosa, que mora no centro da cidade, não poderá mais cultivar uva, a não ser que transfira a plantação para um raio de no mínimo dois quilômetros distante do limite do perímetro urbano.
Paulo Húngare, um dos responsáveis pela elaboração do Plano Diretor e diretor executivo do departamento de engenharia da Prefeitura de Marialva, explica que a lei busca “proteger a população que mora próximo às propriedades que cultivam a fruta do contato com os agrotóxicos”.
Segundo comunicado técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgado em 2002, há propriedades que realizam mais de 50 pulverizações de fungicidas por ano para combater pragas como o “míldio” e o “oídio”. O aparecimento delas depende das condições climáticas.
A lei orienta que as plantações integrem o futuro Cinturão Verde, onde “estarão concentradas as propriedades rurais do município, com cultivo de culturas orgânicas ou não”, de acordo com Húngare. Ele acrescenta que, em caso de aprovação, os produtores de uva terão tempo para se transferirem. O prazo e a possibilidade de indenização serão definidas em breve. A determinação pode mudar a vida de parte dos agricultores, já que muitas das cerca de 700 propriedades que plantam uva no município estão no perímetro urbano.
Para Rosa, a uva não é somente o ganha pão. Ao caminhar entre as videiras de benefujis, benetacas, itálias e rubis, ela lembra do marido, que levantou toda a plantação, com a ajuda dela, em 1988. Viúva há 11 anos, ela enxerga os 6.500 metros quadrados de parreiras como uma relíquia de família. O carinho também se justifica pelo fato de ela nunca ter tido prejuízos financeiros. “Nunca ouvi dizer, aqui em Marialva, que 250 videiras deram tanta uva quanto as minhas”, afirma. “Na quinta colheita, foram 34 mil quilos.” Em geral, cada safra rende 15 mil quilos.
Ela diz acreditar que a justificativa para relocar os produtores rurais não é suficiente. “Se o veneno fizesse tanto mal, nós (ela e os dois filhos que a ajudam) já teríamos morrido, porque pegamos o veneno, sentimos o cheiro e nunca ficamos doentes.” Como são muitos os agricultores de uva no perímetro urbano, ela afirma que não acha que a lei não será aprovada, porque o investimento dos produtores costuma ser elevado. A Emater de Marialva estima que o custa para levantar uma plantação em um hectare, por exemplo, custa aproximadamente R$ 30 mil.
As comissões permanentes estão ainda avaliando o Plano Diretor. A votação deve ocorrer em três etapas, sem regime de urgência, de acordo com informações da Câmara de Vereadores de Marialva. Existe a possibilidade de emendas serem formuladas para as leis do documento. A Prefeitura de Marialva não quis se pronunciar sobre o assunto, porque uma reunião será realizada com as secretarias para debater o assunto em breve.
(O Diário)
Paulo Húngare, um dos responsáveis pela elaboração do Plano Diretor e diretor executivo do departamento de engenharia da Prefeitura de Marialva, explica que a lei busca “proteger a população que mora próximo às propriedades que cultivam a fruta do contato com os agrotóxicos”.
Segundo comunicado técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgado em 2002, há propriedades que realizam mais de 50 pulverizações de fungicidas por ano para combater pragas como o “míldio” e o “oídio”. O aparecimento delas depende das condições climáticas.
A lei orienta que as plantações integrem o futuro Cinturão Verde, onde “estarão concentradas as propriedades rurais do município, com cultivo de culturas orgânicas ou não”, de acordo com Húngare. Ele acrescenta que, em caso de aprovação, os produtores de uva terão tempo para se transferirem. O prazo e a possibilidade de indenização serão definidas em breve. A determinação pode mudar a vida de parte dos agricultores, já que muitas das cerca de 700 propriedades que plantam uva no município estão no perímetro urbano.
Para Rosa, a uva não é somente o ganha pão. Ao caminhar entre as videiras de benefujis, benetacas, itálias e rubis, ela lembra do marido, que levantou toda a plantação, com a ajuda dela, em 1988. Viúva há 11 anos, ela enxerga os 6.500 metros quadrados de parreiras como uma relíquia de família. O carinho também se justifica pelo fato de ela nunca ter tido prejuízos financeiros. “Nunca ouvi dizer, aqui em Marialva, que 250 videiras deram tanta uva quanto as minhas”, afirma. “Na quinta colheita, foram 34 mil quilos.” Em geral, cada safra rende 15 mil quilos.
Ela diz acreditar que a justificativa para relocar os produtores rurais não é suficiente. “Se o veneno fizesse tanto mal, nós (ela e os dois filhos que a ajudam) já teríamos morrido, porque pegamos o veneno, sentimos o cheiro e nunca ficamos doentes.” Como são muitos os agricultores de uva no perímetro urbano, ela afirma que não acha que a lei não será aprovada, porque o investimento dos produtores costuma ser elevado. A Emater de Marialva estima que o custa para levantar uma plantação em um hectare, por exemplo, custa aproximadamente R$ 30 mil.
As comissões permanentes estão ainda avaliando o Plano Diretor. A votação deve ocorrer em três etapas, sem regime de urgência, de acordo com informações da Câmara de Vereadores de Marialva. Existe a possibilidade de emendas serem formuladas para as leis do documento. A Prefeitura de Marialva não quis se pronunciar sobre o assunto, porque uma reunião será realizada com as secretarias para debater o assunto em breve.
(O Diário)
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