quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Internet tem 250 denúncias de crime por dia

Pornografia infantil, pedofilia, racismo, neonazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia e maus-tratos contra os animais. Todos os dias, as autoridades brasileiras são informadas de 250 novos crimes como esses cometidos via internet. No ano passado inteiro, foram 91 mil casos que chegaram à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos – número 110% maior do que as 43 mil denúncias de 2006.
A Central de Denúncias, mantida pela ONG SaferNet e pelo Ministério Público Federal, diz que 90% dos casos registrados têm origem nas redes de relacionamento social. A pornografia infantil é o crime mais comum: corresponde a 63% do total.
O Ministério Público Federal, aliás, credita o crescimento de investigações de crimes cibernéticos ao acordo feito em julho de 2008 com o Google, empresa dona do Orkut. A empresa passou a encaminhar regularmente às autoridades páginas que contivessem pornografia infantil.
Investigação
As denúncias recebidas são encaminhadas para o Ministério Público, que instaura procedimentos para investigação. O número de procedimentos abertos pelo órgão aumentou 318% em um ano. Foram 620 investigações em 2007 contra 1.975 em 2008.
Além dos crimes contra os direitos humanos, violações como ameaça, calúnia, difamação, injúria e falsa identidade têm se tornado comuns na internet. Porém, não aparecem nas estatísticas da Central de Denúncias.
O delegado-titular do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), Demétrius de Oliveira, confirma o aumento dos casos. “Criminosos também são ligados à tecnologia”, afirma. Ele recebe casos que vão desde falsa identidade até extorsão feita pela internet, passando por uso de informações pessoais e difamação on-line.
O próprio delegado é, inclusive, erroneamente citado no Orkut. Numa comunidade denominada Nuciber Paraná, o criador pede para que os internautas enviem denúncias ao delegado. Mas as denúncias enviadas pelo Orkut não chegam ao Nuciber. “Não é um site oficial”, diz o delegado.
Exposição
Muitos crimes ocorreram por descuido das vítimas. O delegado Oliveira orienta usuários a não expor informações pessoais nem fotos. Nas comunidades de relacionamento, que borbulham de acessos, a exposição é constante. Para quem não conhece, um site de relacionamento funciona assim: a pessoa se cadastra, cria um perfil, descreve-se, coloca sua foto e vai em busca de mais amigos. Sem querer, o usuário fornece informações preciosas para quem está mal intencionado.
Segundo a pedagoga e consultora em Tecnologia Responsável Danielle Lourenço, muitos internautas divulgam dados sobre sua vida pessoal. “Fotos de rosto, escola onde estudam e ainda marcam ‘baladas’”, critica Danielle.
Serviço
Mais informações no Nuciber, pelo (41) 3323-9448 ou no site www.safernet.org.br.
(Tudo Paraná)

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