O mesmo medo que impera nos pontos mais violentos do país, como as favelas das grandes cidades, começa a ganhar espaço cada vez maior nos municípios localizados à margem do Rio Paraná, acima de Guaíra. Lideranças dos produtores rurais e pescadores, por exemplo, dizem que quem mora próximo ou costuma frequentar o rio está com muito medo.
Um exemplo é Guaíra, onde a colônia de pescadores acompanha as atividades dos filiados para evitar a presença de quem serve ao contrabando e ao tráfico de drogas. Um dos assessores da associação reconhece que é difícil a luta por causa dos ganhos do pescador, lembrando que, às vezes, o profissional tem de trabalhar o mês inteiro para ganhar em torno de R$ 1 mil e até menos. “Daí vem o contrabandista ou traficante e oferece os mesmos mil reais para ele fazer apenas uma viagem de barco entre Salto del Guayrá e Guaíra”, diz. O problema se intensifica mais no período da piracema (reprodução dos peixes), entre novembro e o próximo dia 28, quando a pesca fica proibida e o pescador vive do seguro-desemprego de um salário mínimo.
Quando a pesca está liberada, a Polícia Federal enfrenta outro obstáculo: os contrabandistas e traficantes escondidos atrás da pesca. Para o delegado Érico Saconato, praticamente todas as embarcações abordadas carregam material de pesca. “Nem todo pescador é contrabandista, mas todo contrabandista diz que é pescador”, conta.
Além de Guaíra, outro ponto preferido pelos contrabandistas é Altônia, mas há registros de pontos de descarga em Terra Roxa, São Jorge do Patrocínio e Alto Paraíso, todos no Rio Paraná. Em Terra Roxa o movimento é intenso todas as noites na vila dos pescadores, onde há um acampamento indígena. Os índios dizem que a movimentação de carros e barcos dura a noite toda. Mas Altônia concentra o maior número de portos clandestinos e até mesmo os não clandestinos, como na Vila Cerâmica, porque está a 30 quilômetros de Guaíra pelo Rio Paraná. E os barcos evitam subir para os demais municípios para não ficar mais tempo expostos no rio. Mesmo assim, há registros de mercadorias vindas do Paraguai saindo pela prainha do Rio Paracaí, em São Jorge do Patrocínio e em Porto Figueira.
O prefeito de São Jorge do Patrocínio, Cláudio Palozi, é um dos poucos que aceita falar abertamente e lembra que, há poucos meses, um caminhão carregado de mercadorias contrabandeadas tombou numa estrada rural e os contrabandistas usaram o nome de um político da região (o nome não foi revelado) para pedir à prefeitura uma máquina que auxiliasse na recuperação do caminhão. Palozi diz que despistou o infrator e ainda avisou a polícia.
Pouco acima de São Jorge fica o ponto pioneiro do contrabando de cigarros: Alto Paraíso. A mercadoria chega pelo Rio Paraná ou pela rodovia que liga a localidade de Porto Camargo, no município de Icaraíma, às cidades de Naviraí e Mundo Novo, ambas em Mato Grosso do Sul.
(Umuarama Ilustrado)
Um exemplo é Guaíra, onde a colônia de pescadores acompanha as atividades dos filiados para evitar a presença de quem serve ao contrabando e ao tráfico de drogas. Um dos assessores da associação reconhece que é difícil a luta por causa dos ganhos do pescador, lembrando que, às vezes, o profissional tem de trabalhar o mês inteiro para ganhar em torno de R$ 1 mil e até menos. “Daí vem o contrabandista ou traficante e oferece os mesmos mil reais para ele fazer apenas uma viagem de barco entre Salto del Guayrá e Guaíra”, diz. O problema se intensifica mais no período da piracema (reprodução dos peixes), entre novembro e o próximo dia 28, quando a pesca fica proibida e o pescador vive do seguro-desemprego de um salário mínimo.
Quando a pesca está liberada, a Polícia Federal enfrenta outro obstáculo: os contrabandistas e traficantes escondidos atrás da pesca. Para o delegado Érico Saconato, praticamente todas as embarcações abordadas carregam material de pesca. “Nem todo pescador é contrabandista, mas todo contrabandista diz que é pescador”, conta.
Além de Guaíra, outro ponto preferido pelos contrabandistas é Altônia, mas há registros de pontos de descarga em Terra Roxa, São Jorge do Patrocínio e Alto Paraíso, todos no Rio Paraná. Em Terra Roxa o movimento é intenso todas as noites na vila dos pescadores, onde há um acampamento indígena. Os índios dizem que a movimentação de carros e barcos dura a noite toda. Mas Altônia concentra o maior número de portos clandestinos e até mesmo os não clandestinos, como na Vila Cerâmica, porque está a 30 quilômetros de Guaíra pelo Rio Paraná. E os barcos evitam subir para os demais municípios para não ficar mais tempo expostos no rio. Mesmo assim, há registros de mercadorias vindas do Paraguai saindo pela prainha do Rio Paracaí, em São Jorge do Patrocínio e em Porto Figueira.
O prefeito de São Jorge do Patrocínio, Cláudio Palozi, é um dos poucos que aceita falar abertamente e lembra que, há poucos meses, um caminhão carregado de mercadorias contrabandeadas tombou numa estrada rural e os contrabandistas usaram o nome de um político da região (o nome não foi revelado) para pedir à prefeitura uma máquina que auxiliasse na recuperação do caminhão. Palozi diz que despistou o infrator e ainda avisou a polícia.
Pouco acima de São Jorge fica o ponto pioneiro do contrabando de cigarros: Alto Paraíso. A mercadoria chega pelo Rio Paraná ou pela rodovia que liga a localidade de Porto Camargo, no município de Icaraíma, às cidades de Naviraí e Mundo Novo, ambas em Mato Grosso do Sul.
(Umuarama Ilustrado)
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