quarta-feira, 25 de março de 2009

Proprietários rurais do Paraná vão receber para preservar água

O Projeto Oásis, que tem a participação da Sanepar e que dá apoio financeiro para proprietários rurais que protegem as nascentes que cortam suas terras, foi lançado em Apucarana nesta semana. Depois do cadastro e levantamento das condições da área por uma comissão técnica, a Prefeitura repassa até R$ 105,00 por mês por nascente já protegida ou cujas adequações para o cumprimento da Lei Federal 4.771/65 - sobre as áreas de preservação permanente - sejam implementadas.
Parte dos recursos que possibilitam este projeto vem da Sanepar, que repassa mensalmente ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Apucarana 0,8% do que é faturado na cidade. "Apucarana sai na frente com esta iniciativa e certamente ficará na história. A humanidade vem desrespeitando a natureza e esta medida é justamente para que o estrago não seja ainda maior", afirmou o diretor de Relações com Investidores da Sanepar, Valter Pegorer.
Para o prefeito de Apucarana, João Carlos de Oliveira, os produtores rurais sempre foram marginalizados e considerados culpados pela degradação ambiental. "Encontramos esta alternativa para que eles sejam vistos não só como produtores de alimentos, mas também de água. Sabemos que não existe vida sem a água". Segundo ele, o repasse financeiro é uma retribuição pelo que os produtores deixam de produzir na área destinada à reserva legal.
Oliveira afirma que o projeto foi muito bem recebido. "Sabemos do zelo que o homem do campo tem pela natureza, sabemos também das suas dificuldades. Estamos propondo que eles abram mão do próprio bem pelo bem da comunidade. Isto também evita que eles sejam penalizados pelos órgãos fiscalizadores, que passarão a atuar ainda com maior rigor", disse.
Pioneiro
O Projeto Oásis/Apucarana é o primeiro do Paraná e segundo do Brasil nesta linha. O objetivo é atingir as três bacias que passam pelo município: Pirapó, Tibagi e Ivaí. Nesta fase poderão ser beneficiados cerca de 550 proprietários, numa área de 170 km2, da bacia do Pirapó, manancial de abastecimento de Maringá e emergencial de Apucarana, hoje abastecida pelo Rio Caviúna.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo de Apucarana, João Batista Betrame, é o idealizador do projeto e o maior defensor dos agricultores e pecuaristas. "A cidade polui mais. Os agricultores são vítimas", afirmou. De acordo com ele, o projeto beneficiará toda a população da região.
"Até mesmo Maringá, que depende da água do Pirapó, sentirá os reflexos desta iniciativa. Sabemos que quanto maior a poluição, maior é o custo para tratar a água. Queremos água limpa com quantidade e qualidade, por isto estamos valorizando quem realmente protege os mananciais".
(AEN)

Nenhum comentário: