quinta-feira, 2 de abril de 2009

Fiscalização fecha laticínio sem higiene em Goioerê

Fiscais federais lacraram ontem o Laticínio Matinal, o único da cidade de Goioerê, por suspeita de fraude contra o Sistema de Inspeção Federal (SIF), falta de higiene, crime ambiental e outras irregularidades. Pelo menos 2.600 quilos de queijos foram apreendidos e enterrados no aterro sanitário da cidade.
A operação foi comandada pelas fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), Daniele Bordini Otto, de Umuarama, e Dione Maria Dal Bem, que já trabalhou por vários anos em Umuarama, foi para o Mato Grosso do Sul e agora está em Maringá. Elas informaram que foram anteontem ao laticínio apurar uma denúncia de uso irregular de marca do SIF, já que a empresa não possui inscrição no serviço federal, apenas no Serviço de Inspeção Municipal(SIM). Diante isso, só poderia vender a sua produção no município de Goioerê, mas há informações de que o laticínio vendia até em outros estados.
Segundo Dione, além de encontrar embalagens com o número falso do SIF, os fiscais se depararam com uma situação de completa falta de higiene. O primeiro problema que ela considera grave está logo no recebimento do leite. A indústria não conta com pasteurizador nem resfriador. “Sem isso, as bactérias existentes no leite não são eliminadas”. Dali o leite seguia in natura para a produção de queijo mussarela, provolone e parmesão. Repartições sem piso, paredes sem azulejos e materiais improvisados estão por todos os lados. E para piorar a avaliação dos técnicos, baratas e até um rato saíram do meio dos produtos bem na hora da fiscalização.
Do lado de fora, mais algumas irregularidades. O soro era jogado em uma caixa repleta de insetos e dali seguia direto para o leito do córrego, já que a lagoa de tratamento está desativada.
As fiscais do Mapa encaminharam a denúncia ao Ministério Público que já pediu para a Polícia Civil abrir inquérito. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) também foi oficiado, já que a empresa não possui licença ambiental.
A fiscalização só não conseguiu saber quem é a pessoa responsável pela empresa. Até o fim da tarde de ontem ninguém se apresentou como dono. Por isso, não foi definido o valor da multa nem as demais punições.
A Vigilância Sanitária Municipal, responsável por autorizar o funcionamento do laticínio, informou que não sabia das faltas de condições de higiene. Coube aos fiscais da vigilância, condenar e inutilizar os produtos apreendidos no interior do laticínio.
Como o dono não apareceu, não foi possível dimensionar a produção do laticínio. Informações de produtores que foram ao local deram conta de que a empresa recebia em torno de 20 mil litros de leite por dia. O produtor José Alves de Souza está com medo de não receber pelos 40 mil litros que entregou no laticínio nos últimos dois meses. Mas ele torce para a empresa resolver os problemas e voltar a funcionar, já que é o único da cidade e gera vários empregos. A vantagem é que o leite a ser tirado hoje já tem destino. Ele adiantou que compradores de outras regiões já chegaram para não deixar os produtores na mão, pois o Laticínio Matinal foi fechado e não tem prazo para reabrir.
O MAPA informou ainda que a operação faz parte de um arrastão que está sendo realizado em toda a região Noroeste e já culminou com a interdição do Laticínio de Cafezal do Sul e notificação de várias outros.
(Umuarama Ilustrado)

Nenhum comentário: