Um caso de adoção à brasileira é investigado pela polícia em Ponta Grossa. Mãe de gêmeas recém-nascidas, Eliane Pinheiro Burgo, 20 anos, teria se arrependido de fazer um acordo para dar as crianças a um casal. No sábado, logo depois de sair da maternidade, ela avisou a polícia que as meninas estavam com um casal. As crianças foram levadas ao Conselho Tutelar e, posteriormente, entregues à mãe.
Eliane nega que pretendia dar as filhas, mas familiares dela e testemunhas disseram que sabiam da negociação extrajudicial. Uma moradora da mesma vila na periferia da cidade foi quem aproximou Eliane do casal que queria adotar um filho. Grávida de seis meses, Eliane comentou com Terezinha Peres que não teria condições de cuidar de mais filhos. Já tinha três, sendo que dois deles moram com avós. Terezinha aproximou Eliane de uma amiga que havia perdido uma filha recentemente. “O bebê da Adriana havia morrido de pneumonia e infecção e ela estava arrasada. Como fez laqueadura, não podia ter mais filhos”, conta Terezinha.
O casal interessado em adotar uma criança acompanhou os meses finais de gestação e inclusive pagou o exame de ultrassom que indicou que eram gêmeas. “Foi uma surpresa. A Adriana me disse: Deus levou minha filha, mas vai me dar duas”, comenta Terezinha. O casal, que é de classe média e tem um filho de 9 anos, teria arcado com outras despesas médicas, como consultas e remédios, e ainda ajudado a família de Eliane. Segundo a avó das meninas, Marisa Pinheiros, um jogo de sofá, um fogão, um botijão de gás, cestas básicas e roupas foram dados à família. Seria, defendem Marisa e Terezinha, somente uma forma de ajudar Eliane, que não trabalha e não tem renda alguma.
O delegado Rodrigo Cruz atendeu o caso e não registrou flagrante, acreditando que não foram cometidos crimes. A conclusão preliminar é de que não houve tentativa de comprar as crianças. O casal teria dito ao delegado que ajudou a família de Eliane por causa da pobreza dela e que não procurou a Justiça para fazer uma adoção legal porque o processo é demorado e burocrático. O casal foi procurado pela reportagem, mas disse que vai falar sobre a situação apenas em audiência judicial.
O promotor da Vara de Infância e Juventude em Ponta Grossa, Carlos Alberto Baptista, afirma que situação será investigada e que o Conselho Tutelar vai monitorar as condições familiares das crianças. Ele relata que é pouco comum que casos de adoção sem conhecimento judicial sejam descobertos, porque os envolvidos dificilmente confessam a irregularidade. “Essas pessoas estão correndo riscos, porque podem ser responsabilizadas criminalmente e ter dificuldades para regularizar a documentação”, aponta.
Baptista reconhece que ainda acontecem as chamadas adoções à brasileira, mas que o número de casos tem diminuído nos últimos anos. O promotor destaca que, quando os casos são descobertos, como o que aconteceu em Ponta Grossa, em hipótese nenhuma o casal que tentou adotar fora da lei poderá ficar com as crianças.
De acordo com a assistente social Sonia Maia Elache, só em Ponta Grossa existem aproximadamente 100 casais na fila de espera por um filho adotivo. O tempo de espera varia de dois a três anos, dependendo das características que os futuros pais exigem para adotar uma criança. Se preferem bebês, brancos e sadios, aguardam por mais tempo. Uma nova lei de adoção foi aprovada no Congresso Nacional na semana passada, com o objetivo de agilizar o processo legal. Se o projeto for sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os processos de crianças encaminhadas para abrigos serão reavaliados periodicamente e, passados dois anos, ou a criança volta para a família ou é encaminhada para adoção.
(Gazeta do Povo)
Eliane nega que pretendia dar as filhas, mas familiares dela e testemunhas disseram que sabiam da negociação extrajudicial. Uma moradora da mesma vila na periferia da cidade foi quem aproximou Eliane do casal que queria adotar um filho. Grávida de seis meses, Eliane comentou com Terezinha Peres que não teria condições de cuidar de mais filhos. Já tinha três, sendo que dois deles moram com avós. Terezinha aproximou Eliane de uma amiga que havia perdido uma filha recentemente. “O bebê da Adriana havia morrido de pneumonia e infecção e ela estava arrasada. Como fez laqueadura, não podia ter mais filhos”, conta Terezinha.
O casal interessado em adotar uma criança acompanhou os meses finais de gestação e inclusive pagou o exame de ultrassom que indicou que eram gêmeas. “Foi uma surpresa. A Adriana me disse: Deus levou minha filha, mas vai me dar duas”, comenta Terezinha. O casal, que é de classe média e tem um filho de 9 anos, teria arcado com outras despesas médicas, como consultas e remédios, e ainda ajudado a família de Eliane. Segundo a avó das meninas, Marisa Pinheiros, um jogo de sofá, um fogão, um botijão de gás, cestas básicas e roupas foram dados à família. Seria, defendem Marisa e Terezinha, somente uma forma de ajudar Eliane, que não trabalha e não tem renda alguma.
O delegado Rodrigo Cruz atendeu o caso e não registrou flagrante, acreditando que não foram cometidos crimes. A conclusão preliminar é de que não houve tentativa de comprar as crianças. O casal teria dito ao delegado que ajudou a família de Eliane por causa da pobreza dela e que não procurou a Justiça para fazer uma adoção legal porque o processo é demorado e burocrático. O casal foi procurado pela reportagem, mas disse que vai falar sobre a situação apenas em audiência judicial.
O promotor da Vara de Infância e Juventude em Ponta Grossa, Carlos Alberto Baptista, afirma que situação será investigada e que o Conselho Tutelar vai monitorar as condições familiares das crianças. Ele relata que é pouco comum que casos de adoção sem conhecimento judicial sejam descobertos, porque os envolvidos dificilmente confessam a irregularidade. “Essas pessoas estão correndo riscos, porque podem ser responsabilizadas criminalmente e ter dificuldades para regularizar a documentação”, aponta.
Baptista reconhece que ainda acontecem as chamadas adoções à brasileira, mas que o número de casos tem diminuído nos últimos anos. O promotor destaca que, quando os casos são descobertos, como o que aconteceu em Ponta Grossa, em hipótese nenhuma o casal que tentou adotar fora da lei poderá ficar com as crianças.
De acordo com a assistente social Sonia Maia Elache, só em Ponta Grossa existem aproximadamente 100 casais na fila de espera por um filho adotivo. O tempo de espera varia de dois a três anos, dependendo das características que os futuros pais exigem para adotar uma criança. Se preferem bebês, brancos e sadios, aguardam por mais tempo. Uma nova lei de adoção foi aprovada no Congresso Nacional na semana passada, com o objetivo de agilizar o processo legal. Se o projeto for sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os processos de crianças encaminhadas para abrigos serão reavaliados periodicamente e, passados dois anos, ou a criança volta para a família ou é encaminhada para adoção.
(Gazeta do Povo)
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