quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Morte por leptospirose traz alerta sobre ratos

No dia 8 de fevereiro, o major da Polícia Militar Luiz Fernando Barbosa, 48 anos, morreu em decorrência de complicações causadas pela leptospirose. Em frente à residência da família, no Xaxim, não há rede de proteção em um dos bueiros da via pública, contribuindo para a presença dos ratos, os vetores da doença. “Quando eles passam do portão, o meu cachorro mata”, relata a filha Priscila Geovana Novacki Barbosa. De acordo com ela, a família não sabe onde Barbosa contraiu a enfermidade, mas os primeiros sintomas apareceram depois que ele lavou o canil em sua casa.
No último sábado, a prefeitura vistoriou a residência de Priscila e informou que os ratos encontravam condições adequadas de vida na casa (leia box). Segundo a filha, o funcionário teria avisado que a prefeitura não instalaria proteção no bueiro. Conforme a prefeitura, as pessoas que sofrem com problema semelhante devem ligar para o 156 para denunciar. Segundo a família, várias ligações foram realizadas, mas o problema persiste.
Causada pelo contato com a bactéria Leptospira interrogans – presente na urina do rato –, a enfermidade é comum em enchentes, mas pode ser contraída pela ingestão de alimentos contaminados ou feridas na pele. Pelos diversos fatores que determinam a ocorrência da leptospirose – como os alagamentos –, não há lógica na incidência da doença. Em 2005, Curitiba registrou 119 casos, com 25 mortes; 94 casos e 10 óbitos aconteceram no ano seguinte; em 2007, 154 registros e 15 mortes; e, no ano passado, 79 ocorrências e 11 óbitos.
Entre chamados da população – por meio do telefone 156 – e prevenção em áreas potenciais, houve 73 mil atendimentos para a desratização de ambientes no ano passado. Os números de ocorrências registradas, no entanto, diminuem: 135 mil (2004), 141 mil (2005), 123 mil (2006) e 73 mil (2007). De acordo com o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores da prefeitura, Juliano Ribeiro, a queda se deve aos cuidados da população. “Os técnicos da prefeitura vão às residências e avaliam a necessidade da desratização. Em muitos casos, há mais necessidade de orientação”, explica. “Com a colaboração da população, principalmente no acúmulo do lixo, as ratazanas deixam de frequentar as casas.”
(Gazeta do Povo)

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