quinta-feira, 5 de março de 2009

Médico sem registro dava plantão em hospital

O médico portorriquenho Andres Ortiz conseguiu ser contratado e prestar atendimento no Pronto Socorro Municipal de Carlópolis, no Norte Pioneiro, por quase três meses, sem ter registro no Conselho Federal de Medicina (CFM) nem na representação regional do órgão no Paraná.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Carlópolis, o clínico geral atendia casos de urgência e emergência no pronto-socorro que funciona junto ao Hospital São José em plantões de 24 horas. O profissional recebia R$ 800 por dia trabalhado, o que garantia a Ortiz um salário mensal de quase R$ 10 mil.
O prefeito da cidade, que também é medico, Isaac Tavares da Silva (PMDB) confirmou que o clínico geral realmente não tinha o CRM e reconheceu o seu erro em contratar um profissional sem registro no órgão que fiscaliza a profissão, mas justificou que a ausência de médicos nas pequenas cidades do interior faz com que “seja preciso apressar o processo para não deixar a população sem atendimento”. Uma pesquisa feita na página na internet do Conselho Federal de Medicina confirmou que Andres Ortiz não tem registro em nenhum estado do Brasil. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), para poder exercer a profissão é preciso que o profissional esteja inscrito tanto no CRM quanto no CFM.
Na terça-feira, o médico foi suspenso da atividade. O prefeito conta que ele mesmo assumiu o plantão no hospital no lugar do portorriquenho. Conforme o prefeito, Ortiz não deverá mais exercer a função no Pronto Socorro Municipal. O prefeito disse que o médico, que reside em Avaré (SP), se formou em Porto Rico, mas até hoje não conseguiu validar seu diploma no Brasil. “Ele me apresentou toda a documentação que exigi, menos o CRM. Mas ele é médico, porque acompanhei o seu trabalho. Ele sempre atendeu muito bem a população”, justificou.
O delegado de Polícia Civil de Carlópolis, Luiz Alberto Salles, explicou que há contra o médico um boletim de ocorrência que o acusa de atuar profissionalmente sem ter o registro. O delegado disse que aguarda um comunicado oficial do conselho para poder iniciar uma investigação.
(Gazeta do Povo)

Um comentário:

Unknown disse...

Em relações aos plantões feitos na "casa" dos médicos, providências estão sendo tomadas. Pacientes chegam no hospital e demoram horas para serem atendidos, ficando a espera do profissional da saúde que fica de plantão em sua aconchegante residência. Continuarei denunciando essa imensa irresponsabilidade e descaso com a população Carlopolense.