quinta-feira, 5 de março de 2009

Vítimas de acidente de ônibus vão processar viação maringaense

Vítimas de um acidente envolvendo um ônibus da Viação Expresso Maringá e um caminhão de carga vão processar a empresa por danos morais e mover uma ação de ressarcimento. O acidente com o ônibus da companhia maringaense aconteceu no último dia 9 de fevereiro, na BR-476 (Rodovia do Xisto), em Contenda, região metropolitana de Curitiba. Dois ocupantes do caminhão morreram e 34 passageiros do coletivo ficaram feridos. Na época, a viação se comprometeu a arcar com as despesas médicas dos passageiros acidentados, mas, segundo as vítimas, a empresa não está bancando os tratamentos.
De acordo com a advogada de quatro vítimas, Gisele Moreno, a viação teria obrigação de prestar assistência aos passageiros feridos. “A empresa deve dar suporte aos ocupantes do ônibus. Os acidentados estão arcando com todo o tratamento médico, psicológico, remédios e transportes. Isso deveria ser pago pela empresa”, afirma.
A advogada informou que os passageiros vão mover um processo contra a companhia, para ressarcir o que já foi gasto pelas vítimas, e outra ação por danos morais. “São pessoas humildes que trabalham na roça e precisam se recuperar para poder trabalhar”, diz.
O estudante Everton Jonie Vascavfki, 24 anos, deficiente visual, era passageiro do coletivo que fazia a linha Lapa/Araucária. Ele é morador da Lapa e diz estar desamparado pela companhia. Vascavfki perdeu uma prótese dentária, que se partiu com o impacto da colisão, e fraturou um braço.
Além dos danos físicos, ele ainda ficou sem os óculos específicos e uma lupa especial, que se perderam em meio aos destroços. O estudante é aposentado pelo INSS por causa da deficiência, recebe um salário mínimo e não tem condições de arcar com as despesas médicas. O implante de uma nova prótese e óculos custam R$ 8 mil. Everton afirma que, além de não pagar as consultas, tratamentos e remédios, a viação não transporta os feridos para os hospitais durante a recuperação. “Isso é o que dá mais raiva. Tenho que pagar para ser transportado no ônibus da Expresso Maringá que deveria estar fornecendo o transporte sem me cobrar nada. Todo o tratamento está sendo feito em Araucária (a 40 quilômetros da Lapa).”
Outra vítima do acidente, o agricultor Jorge Schirvovski, de 40 anos, fraturou a bacia e só consegue caminhar com andador. Ele está arcando com as despesas médicas e com o transporte. Sem poder tomar conta da pequena propriedade rural, o agricultor está desesperado. “Não consigo trabalhar e todo tratamento estou fazendo por conta. É um descaso da empresa com a gente”, lamenta.
Defesa
O representante da Expresso Maringá, Elizerte Riedo, do departamento de transportes da viação, explicou que todas as vítimas estão sendo atendidas. “Fui pessoalmente acompanhar as vítimas e agora temos uma equipe inteira em Curitiba para prestar ajuda. Se houve alguma falha na assistência desses passageiros foi um erro de comunicação. Nosso seguro é grande e cobre, com certeza, todos esses problemas”, garante.
Após a reportagem entrar em contato com a empresa, Riedo ligou para Vascavfki e informou que a situação seria resolvida. “O rapaz da companhia (Riedo) me ligou no último dia 26 e disse que uma pessoa iria entrar em contato, mas depois dessa ligação, até agora, não me procuraram”, disse Vascavfki, uma semana depois do contato de Riedo.
Acidente
O ônibus, que fazia a linha urbana entre Lapa e Araucária, havia parado a cerca de 200 metros do local do acidente, para o embarque e desembarque de passageiros. No momento em que retornava à pista, o coletivo bateu de frente em um caminhão modelo Truck furgão que trafegava pela contramão.
O motorista do caminhão Odílio Moisés da Silva, 45 anos, e Luciano Almeida, 34 anos, que estava de carona, morreram no local. O coletivo levava 60 passageiros no momento do acidente.
(Jornal de Maringá)

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