segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cassação de Ribas Carli tem o apoio de 90% em Curitiba

Nove entre dez pessoas em Curitiba defendem que o deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB) perca o mandato por quebra de decoro parlamentar, em virtude dos acontecimentos envolvendo o acidente de carro que deixou dois jovens mortos no dia 7 de maio. Mas, quando questionados se a cassação realmente vai ocorrer, a proporção é bem menor. Apenas cinco entre dez moradores da capital dizem acreditar que ele terá o mandato cassado. É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo.
A pesquisa aponta ainda que 95% dos entrevistados consideram o parlamentar culpado pelo acidente. No entanto, 45% acham que ele não será condenado pela Justiça. Dos 600 curitibanos que responderam ao levantamento, praticamente todos (97%) revelaram ter conhecimento ou estar acompanhando o noticiário sobre a colisão que matou Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20.
O pedido para cassação do mandato do deputado do PSB – primeiro na história da Assembleia – foi protocolado pelo advogado Elias Mattar Assad, que representa os pais de Gilmar Rafael Yared. Há exatamente uma semana, o corregedor-geral da Casa, Luiz Accorsi (PSDB), encaminhou uma notificação a Carli Filho, internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele ganhou dez dias para apresentar defesa no processo.
Por enquanto, Accorsi continua analisando o pedido de cassação e, em três semanas, deverá apresentar um relatório baseado na defesa de Carli Filho e nas investigações policiais. Depois de concluído, o documento será entregue à Mesa Executiva e, em seguida, seguirá para a Comissão de Ética da Assembleia, que terá 30 dias para elaborar um relatório recomendando ou não a cassação do mandato. Durante o processo, será analisado se houve quebra de decoro parlamentar pelo fato de Carli Filho dirigir alcoolizado e com a carteira de habilitação suspensa – o documento está suspenso desde julho do ano passado, por excesso de multas. A última etapa do trâmite será a votação em plenário, que, de acordo com a Constituição Estadual, tem de ser aberta.
O corregedor-geral garantiu, semana passada, que o fato de Carli Filho estar internado não iria interferir nos prazos da investigação. “Se ele não conseguir se defender, o advogado dele pode fazer isso”, disse Accorsi.
Na última quinta-feira, o Partido do Movimento Nacional (PMN), do deputado estadual Dr. Batista, subscreveu a ação que pede a cassação do mandato de Carli Filho e protocolou o apoio oficial da legenda à ação movida pelos pais de Gilmar Rafael Yared.
Expulsão do partido
Carli Filho corre o risco de ser expulso de seu partido. No último dia 15, o PSB notificou o deputado para que apresentasse sua defesa em dez dias (até hoje), e o acusou de ter violado o código de ética dos filiados. Segundo a legenda, o parlamentar provocou a morte de dois jovens por “despreparo e irresponsabilidade, motivando revolta e repúdio da sociedade e a condenação da opinião pública, com repercussão negativa ao PSB”.
O presidente estadual do PSB, Severino Araújo, disse que preferiu encaminhar a notificação do partido por meio do 1º Ofício de Títulos e Documentos, porque considera mais seguro um oficial de Justiça fazer a entrega ao deputado. Ele não soube informar se Carli Filho já recebeu o documento.
(Tudo Paraná)

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