sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Corpo de jovem morto pela polícia é exumado pelo IML

O corpo de Paulo Ricardo Marques, 18 anos, morto durante uma troca de tiros com policiais do Pelotão de Choque da Polícia Militar (PM) de Londrina, na madrugada de sexta-feira (20), foi exumado na manhã desta quinta-feira (26), no Cemitério Jardim da Saudade, zona norte de Londrina. Estavam presentes familiares com o advogado, além do representante da Polícia Militar (PM), que preside o inquérito instaurado para investigar as causas da morte do jovem.
O rapaz foi morto por disparo de arma de fogo depois de reagir durante uma abordagem policial na Rua Tamekishi Hara, Jardim Tókio, zona oeste. Segundo a família, na realidade seriam duas perfurações das costas. “A família questionou o que um perito tinha dito de que o jovem morreu apenas com um tiro. Eles mostraram as costas do rapaz no caixão num programa de televisão, dizendo que havia outro tiro”, afirma o chefe do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina, Fernando Piccinin.
Segundo Piccinin, o IML resolveu realizar a exumação do corpo para tirar qualquer dúvida. “Se a família tem dúvida, vamos proceder a exumação, que foi autorizada pelo juiz. Nosso trabalho é a verdade”, destaca. O chefe do IML adiantou que o laudo do instituto, que deve ficar pronto em dez dias, vai apontar que de fato o rapaz foi morto com dois tiros nas costas e não apenas um como havia sido divulgado.
Ele ressaltou ainda que o laudo não apontará as circunstancias em que o jovem foi morto. “O que verificamos é que o laudo bate com o depoimento do policial de que o rapaz foi morto com dois tiros. Se ele foi morto depois de reagir à abordagem, isso não tem como o laudo dizer. Quem vai dizer é o inquérito”, afirma.
Na quinta-feira, a tenente Manoella Donadello, porta-voz da Polícia Militar (PM), reafirmou que o jovem foi morto depois de ter reagido à abordagem policial. Pelo contexto, o jovem atirou mesmo. Mas o policial não precisa esperar levar um tiro para reagir. Se ele ver que a pessoa tem uma arma, cabe a ele atirar. Vamos esperar um policial morrer para reagir? Se for assim, policial algum vai trabalhar”, questionou.
(Fonte: Jornal de Londrina)

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